Principais influências
Nitzsche → genealogia
Estruturalismo (de Levi-Strauss) → uma forma de sair da influência enrijecida, assumindo elementos de cientificidade. O estruturalismo dá importância a lingüística, enfatiza o caráter relacional das totalidades a descentralidade do sujeito, se preocupava com a escrita. Este eram ponto-de-partidapara Foucault.
Lacan
Fenomenologia
OBRAS
História da loucura (1961) → saberes e práticas tradicionais constrói a idéia de loucura como atemporal. Contudo, a loucura é uma definição recente. Historicamente não existiam práticas que definiam a loucura em outros momentos da história.
Para se dar conta das transformações discursivas, deve-se dar conta das transformações externas (matérias), as condições econômicas, políticas, etc.
em História da Loucura, um dos problemas que se colocava era o do estatuto político das ciências (medicina e psicanálise, por ex.) e as funções ideológicas que podia veicular: saber e poder.
As palavras e as coisas (1966) → uma história das ciências humanas, das práticas e dos saberes. O objetivo é de aprofundar e generalizar inter-relações conceituais capazes de situar os saberes constitutivos das ciências humanas, sem pretender as formações discursivas com as práticas sociais. A tese central é de que só pode haver ciência humana – psicologia, sociologia, antropologia – à partir do momento em que o aparecimento, no século XIX, de ciências empíricas – biologia, economia, filologia – e das filosofias modernas, que têm como marco inicial o pensamento de Kant, tematizaram o homem como objeto e como sujeito de conhecimento, abrindo a possibilidade de um estudo do homem como representação.
Primeira tentativa de uma análise arqueológica → consistia em descrever a constituição das ciências humanas a partir de uma inter-relação de saberes, do estabelecimento de uma rede conceitual que lhes cria o espaço de existência, deixando propositalmente de lado as relações entre os saberes e as estruturas econômicas e políticas.
Arqueologia do saber (1969) → é um livro especificamente metodológico. Reflete sobre as procedentes análises históricas com o objetivo não só de explicitar ou sistematizar, mas sobretudo de classificar, ou aperfeiçoar os princípios formulados a partir das próprias exigências das pesquisas. Em Arqueologia do saber procura estabelecer a constituição dos saberes privilegiando as inter-relações discursivas e sua articulação com as instituições, respondendo a como os saberes apareciam e se transformavam. Dentro da dimensão arqueologia que se desenvolve sua abordagem genealógica, que será melhor explicitado em Microfísica do poder.
Maio de 1968 representará uma nova fase para sua análise (e suas práticas), rompendo com fase mais filosóficas e se inserindo ma militância política. Os seus trabalhos deixam de analisar apenas as ordens discursivas, mas também as práticas políticas.
Vigiar e punir (1975) e História da sexualidade (?) → são as obras que marcaram esta faze, apresentando um principio metodológico e não uma teoria do poder.
Microfísica do poder → coletânea de artigos, apresenta uma maior sistematização deste princípio metodológico.
Não há em Foucault uma teoria geral do poder; suas análise não consideram o poder como uma realidade que possua uma natureza, uma essência que ele procuraria por suas características universais. Não existe algo unitário e global chamado poder, mas unicamente formas díspares, heterogêneas, em constante transformação. O poder é uma prática social e, como tal, é constituída historicamente. O poder não existe, existem sim práticas ou relações de poder. E o Estado só existe enquanto prática de centralização do poder.
Genealogia do poder → é definido por Foulcalt em termos nietzcheano como a análise do porquê dos saberes, que pretende explicar sua existência e suas transformações situando-o como peça de relações de poder ou incluindo-o em um dispositivo político. O seu objetivo não é principalmente descrever as compatibilidades e incompatibilidade entre saberes a partir da configuração de suas positividades; o que pretende é, em última análise, explicar o aparecimento de saberes a partir de condições de possibilidades externas aos próprios saberes, ou melhor, que imanentes a eles – pois não se trata de considerá-los como efeito ou resultado – os situam como elementos de um dispositivo de natureza essencialmente estratégico.
O que faz a genealogia é considerar o saber – compreendido como materialidade, como prática, com acontecimento – como peça de um dispositivo político que, enquanto dispositivo, se articula com a estrutura econômica. Ou, mais especificamente, a questão tem sido a de como se formaram domínios de saberes – que foram chamados de ciências humanas – a partir de práticas políticas disciplinares.
Um outro ponto importante em Foucault é o de não considerar pertinente a distinção entre ciência e ideologia. Não há saber neutro; todo saber é político.
Foucault define a genealogia como uma forma de história que dê conta da constituição dos saberes, dos discursos, dos domínios de objetos, etc., ser ter que se referir a um sujeito, seja ele transcendente com relação ao campo de acontecimentos, seja perseguindo sua identidade vazia ao longo da história. (Microfísica do Poder, p. 07)
Ao tratar da questão da ideologia, afirma:
“[...] creio que o problema não é de se fazer a partilha entre o que num discurso revela da cientificidade e da verdade e o que revela de outra coisa; mas de ver historicamente como se produzem efeitos de verdade no interior de discursos que não são em si nem verdadeiros nem falsos. [...]” (idem)
IDÉIAS
Genealogia → tecnologia/dispositivo de poder.
Subjetividade → como nos tornamos sujeitos sociais de práticas de poder e de saber e como podemos encontrar outros caminhos de subjetividade.
Poder = situação social, relação de assimetria social complexa.
Nietzsche → conhecimento é uma violência feita às coisas.
História do pensamento → como nós chegamos a determinada formas de saber/poder e não partir de um anacronismo de partir do presente, das formas existentes do presente, para se explicar o passado. A racionalidade da história está na luta e nas batalhas (dos saberes, da subjetividade, dos interesses, etc.).
ABORDAGEM GENEALÓGICA
Consiste na análise de “formas de problematização”, a partir das “práticas e suas modificações”.
Formas de problematização → o modo através do qual determinado tema, determinado objetivo, parecem se impor num momento como aquilo que há para ser pensado, debatido e decidido.
Práticas e suas modificações → todos os jogos de poder que “objetivam” o fenômeno e o propõem ou impõem como alvo de reflexão e de ação aparentemente obrigatório e quase natural.
A “arqueologia do saber” pretende investigar um determinado campo discursivo tomado em sua imanência; a “genealogia”, por sua vez, deve completar essa investigação com uma análise das relações de poder que constituem esse campo e que, ao mesmo tempo, o impõem como aquilo que deve ser pensado.
História da loucura (1961) → saberes e práticas tradicionais constrói a idéia de loucura como atemporal. Contudo, a loucura é uma definição recente. Historicamente não existiam práticas que definiam a loucura em outros momentos da história.
Para se dar conta das transformações discursivas, deve-se dar conta das transformações externas (matérias), as condições econômicas, políticas, etc.
em História da Loucura, um dos problemas que se colocava era o do estatuto político das ciências (medicina e psicanálise, por ex.) e as funções ideológicas que podia veicular: saber e poder.
As palavras e as coisas (1966) → uma história das ciências humanas, das práticas e dos saberes. O objetivo é de aprofundar e generalizar inter-relações conceituais capazes de situar os saberes constitutivos das ciências humanas, sem pretender as formações discursivas com as práticas sociais. A tese central é de que só pode haver ciência humana – psicologia, sociologia, antropologia – à partir do momento em que o aparecimento, no século XIX, de ciências empíricas – biologia, economia, filologia – e das filosofias modernas, que têm como marco inicial o pensamento de Kant, tematizaram o homem como objeto e como sujeito de conhecimento, abrindo a possibilidade de um estudo do homem como representação.
Primeira tentativa de uma análise arqueológica → consistia em descrever a constituição das ciências humanas a partir de uma inter-relação de saberes, do estabelecimento de uma rede conceitual que lhes cria o espaço de existência, deixando propositalmente de lado as relações entre os saberes e as estruturas econômicas e políticas.
Arqueologia do saber (1969) → é um livro especificamente metodológico. Reflete sobre as procedentes análises históricas com o objetivo não só de explicitar ou sistematizar, mas sobretudo de classificar, ou aperfeiçoar os princípios formulados a partir das próprias exigências das pesquisas. Em Arqueologia do saber procura estabelecer a constituição dos saberes privilegiando as inter-relações discursivas e sua articulação com as instituições, respondendo a como os saberes apareciam e se transformavam. Dentro da dimensão arqueologia que se desenvolve sua abordagem genealógica, que será melhor explicitado em Microfísica do poder.
Maio de 1968 representará uma nova fase para sua análise (e suas práticas), rompendo com fase mais filosóficas e se inserindo ma militância política. Os seus trabalhos deixam de analisar apenas as ordens discursivas, mas também as práticas políticas.
Vigiar e punir (1975) e História da sexualidade (?) → são as obras que marcaram esta faze, apresentando um principio metodológico e não uma teoria do poder.
Microfísica do poder → coletânea de artigos, apresenta uma maior sistematização deste princípio metodológico.
Não há em Foucault uma teoria geral do poder; suas análise não consideram o poder como uma realidade que possua uma natureza, uma essência que ele procuraria por suas características universais. Não existe algo unitário e global chamado poder, mas unicamente formas díspares, heterogêneas, em constante transformação. O poder é uma prática social e, como tal, é constituída historicamente. O poder não existe, existem sim práticas ou relações de poder. E o Estado só existe enquanto prática de centralização do poder.
Genealogia do poder → é definido por Foulcalt em termos nietzcheano como a análise do porquê dos saberes, que pretende explicar sua existência e suas transformações situando-o como peça de relações de poder ou incluindo-o em um dispositivo político. O seu objetivo não é principalmente descrever as compatibilidades e incompatibilidade entre saberes a partir da configuração de suas positividades; o que pretende é, em última análise, explicar o aparecimento de saberes a partir de condições de possibilidades externas aos próprios saberes, ou melhor, que imanentes a eles – pois não se trata de considerá-los como efeito ou resultado – os situam como elementos de um dispositivo de natureza essencialmente estratégico.
O que faz a genealogia é considerar o saber – compreendido como materialidade, como prática, com acontecimento – como peça de um dispositivo político que, enquanto dispositivo, se articula com a estrutura econômica. Ou, mais especificamente, a questão tem sido a de como se formaram domínios de saberes – que foram chamados de ciências humanas – a partir de práticas políticas disciplinares.
Um outro ponto importante em Foucault é o de não considerar pertinente a distinção entre ciência e ideologia. Não há saber neutro; todo saber é político.
Foucault define a genealogia como uma forma de história que dê conta da constituição dos saberes, dos discursos, dos domínios de objetos, etc., ser ter que se referir a um sujeito, seja ele transcendente com relação ao campo de acontecimentos, seja perseguindo sua identidade vazia ao longo da história. (Microfísica do Poder, p. 07)
Ao tratar da questão da ideologia, afirma:
“[...] creio que o problema não é de se fazer a partilha entre o que num discurso revela da cientificidade e da verdade e o que revela de outra coisa; mas de ver historicamente como se produzem efeitos de verdade no interior de discursos que não são em si nem verdadeiros nem falsos. [...]” (idem)
IDÉIAS
Genealogia → tecnologia/dispositivo de poder.
Subjetividade → como nos tornamos sujeitos sociais de práticas de poder e de saber e como podemos encontrar outros caminhos de subjetividade.
Poder = situação social, relação de assimetria social complexa.
Nietzsche → conhecimento é uma violência feita às coisas.
História do pensamento → como nós chegamos a determinada formas de saber/poder e não partir de um anacronismo de partir do presente, das formas existentes do presente, para se explicar o passado. A racionalidade da história está na luta e nas batalhas (dos saberes, da subjetividade, dos interesses, etc.).
ABORDAGEM GENEALÓGICA
Consiste na análise de “formas de problematização”, a partir das “práticas e suas modificações”.
Formas de problematização → o modo através do qual determinado tema, determinado objetivo, parecem se impor num momento como aquilo que há para ser pensado, debatido e decidido.
Práticas e suas modificações → todos os jogos de poder que “objetivam” o fenômeno e o propõem ou impõem como alvo de reflexão e de ação aparentemente obrigatório e quase natural.
A “arqueologia do saber” pretende investigar um determinado campo discursivo tomado em sua imanência; a “genealogia”, por sua vez, deve completar essa investigação com uma análise das relações de poder que constituem esse campo e que, ao mesmo tempo, o impõem como aquilo que deve ser pensado.