terça-feira, 29 de julho de 2008

Bibliografia de Sociologia e Filosofia FAG

Bibliografia Básica:
ANTUNES, Ricardo. Uma breve radiografia das lutas sindicais no Brasil recente e algumas de seus principais desafios. In: INÁCIO, José Reginaldo (org.). Sidicalismo no Brasil – os primeiros 100 anos? Belo Horizonte: Crisálida, 2007.
BERTERO, Osmar. Culturaorganizacional e instrumentalização do poder. In: FLEURY, Maria Tereza Leme; FISCHER, Rosa Maria (coord.). Cultura e poder nas organizações. 2a. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
BHABHA, Homi K. O local da cultura. Trad. Myriam Ávila Eliana Lourenço de Lima Reis, Gláucia Renata Gonçalves. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.
BOURDIEU, Pierre. Campo do poder, campo intelectual e habitus de classe. In: Economia das trocas simbólicas 2ª.ed. São Paulo: Perspectiva, 1987.
BOURDIEU, Pierre. Espaço social e gênese das “classes”. In: O poder simbólico. Trad. Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
BOURDIEU, Pierre. Gosto de classe e estilos de vida. In: ORTIZ, Renato (org.). A sociologia de Pierre Bourdieu. São Paulo: Olho D´Água, 2003.
CANCLINI, Nestor García. Diferentes, desiguais e desconectados: mapas da interculturalidade. Trad. Luiz Sérgio Henrique. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2005.
CHALITA, Gabriel. Vivendo a filosofia. 3a. ed. São Paulo: Ática, 2007.
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 13a. ed. São Paulo: Ática, 2008.
DOUGLAS, Mary. Como as instituições pensam. São Paulo: Edusp,
DURKHEIM, Emile. As regras do método sociológico. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
FIGUEIREDO, Argelina Cheibub. “Instituições e política no controle do executivo”. In: Dados – Ver. de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol. 44, nº 4, 2001, pp. 689 a 727.
FISCHER, Rosa Maria. O círculo do poder – as práticas invisíveis de sujeição nas organizações complexas. In: FLEURY, Maria Tereza Leme; FISCHER, Rosa Maria (coord.). Cultura e poder nas organizações. 2a. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão trad. Raquel Ramalho 32ª. Ed. Petrópolis: Vozes, 1997. (p. 117-142)
INÁCIO, José Reginaldo. Líder sindical: ação, transição pelo pode e ética. In: INÁCIO, José Reginaldo (org.). Sidicalismo no Brasil – os primeiros 100 anos? Belo Horizonte: Crisálida, 2007.
MARX, Karl. Para a crítica da economia política; O capital, A mercadoria. São Paulo: Nova Cultura, 1996. (Os Pensadores)
NOGUEIRA,Marcos Aurélio. Potência, limites e sedução do poder. São Paulo: Ed. UNESP, 2008.
WEBER, Max. Burocracia. In: Ensaios de sociologia. Gerth, Hans H.; Mills, Wright C. (org. e intr.). trad. Waltensir Dutra. 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982.
WEBER, Max. Conceitos sociológicos fundamentais. In: Metodologia das ciências sociais, parte 2. trad. Augustin Wernet. 3ª ed. São Paulo: Cortez; Campinas: Ed. UNICAMP, 2001.


Bibliografia Complementar:
ALVAREZ, M. Com “Controle Social: notas em torno de uma noção polêmica” in: São Paulo em Perspectiva, 18 (1): 168-176, 2004.
ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. Trad. Sérgio Bath. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
BALIBAR, Étienne. A filosofia de Marx. Trad. Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995.
CASTRO, Ana Maria de; DIAS, Edmundo Fernandes (sel. e org.). Introdução ao pensamento sociológico. 17ª ed. São Paulo: Centauro, 2004.
CASTRO, Celso Antonio Pinheiro de. Sociologia aplicada à administração. 2a. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
CHALITA, Gabriel. Vivendo a filosofia. 3a. ed. São Paulo: Ática, 2007.
CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. 13a. ed. São Paulo: Ática, 2008.
COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Moderna, 2005.
DIAS, Reinaldo. Sociologia das organizações. São Paulo: Atlas, 2008.
GERAS, Norman. Essência e aparência: a análise da mercadoria em Marx. In: COHN, Gabriel. Sociologia: para ler os clássicos. Rio de Janeiro: Azougue, 2005.
INÁCIO, José Reginaldo (org.). Sidicalismo no Brasil – os primeiros 100 anos? Belo Horizonte: Crisálida, 2007.
LAKAOS, Eva Maria. Sociologia da administração. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Sociologia das organizações: uma análise do homem e das empresas no ambiente competitivo. São Paulo: Thomson Learning, 2006.
PIZZORNO, Alessandro. Uma leitura atual de Durkheim. In: COHN, Gabriel. Sociologia: para ler os clássicos. Rio de Janeiro: Azougue, 2005.
QUITANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Ligia de Oliveira; OLIVEIRA, Márcia Gardênia Monteiro de. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2ª ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2002.
SCHLUCHTER, Wolfgang; HENRICH, Dieter; OFFE, Claus. Weber e o projeto de modernidade. In: COHN, Gabriel. Sociologia: para ler os clássicos. Rio de Janeiro: Azougue, 2005.
SILVEIRA, Rafael Alcadipari da. Michel Foucault: poder e análise das organizações. Rio de Janeiro: Rd. FGV, 2005.

Bibliografia de sociologia da educação I FAG

Bibliografia Básica:
BOURDIEU, P. Economia das trocas simbólicas 2ª.ed. São Paulo: Perspectiva, 1987. (p. 203-229 e p. 295-336)
DURKHEIM, E. Educação e sociologia trad. Nuno Garcia Lopes Lisboa: Edições 70, 2007.
FOUCAULT, M. A ordem do discurso trad. Laura Fraga de Almeida Sampaio 8ª. Ed. São Paulo: Loyola, 2002.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão trad. Raquel Ramalho 32ª. Ed. Petrópolis: Vozes, 1997. (p. 117-142)
LARAIA, R. de B. Cultura: um conceito antropológico. 9ª. Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. (p. 67-112)

Bibliografia Complementar:
---- Bourdieu & educação Belo Horizonte: Autêntica,
--- Foucault & educação Belo Horizonte: Autêntica,
ALVAREZ, M. Com “Controle Social: notas em torno de uma noção polêmica” in: São Paulo em Perspectiva, 18 (1): 168-176, 2004.
DURKHEIM, E. “O ensino da moral na escola primária” in: Novo Estudos CEBRAP, 78, jul. 2007, p. 59-79
DURKHEIM, E.; MAUSS, M. Algumas formas primitivas de classificação: contribuição para o estudo das representações coletivas (1903) in: MAUSS, M. Ensaios de sociologia trad. Luiz João Gaia e J. Gumsburg São Paulo: Perspectiva, 1981. (p. 399-455)
GIANNOTTI, J. A. “A sociologia como técnica da razão: um ensaio sobre Durkheim” Seleção CEBRAP – Exercícios de Filosofia, nº. 2, p. 43-84.
JACOMINI, M. A. “A escola e os educadores em tempo de ciclos e progressão continuada: uma análise das experiências do Estado de São Paulo” in: Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, nº 3, p. 401-418, set/dez 2004.
NAKATO, M.; ALMEIDA, E. de “Reflexões acerca da busca de uma nova qualidade da educação: relações entre juventude, educação e trabalho” in: Educ. Soc., Campinas, vol. 28, nº 100 – Especial, p. 1085-1104, out. 2007.
NOGUEIRA, Com M. M.; NOGUEIRA, M. A. “A sociologia da educação de Pierre Bourdieu: limites e contrbuições” in: Educação & Sociedade, ano XXIII, nº. 78, abril/2002, p. 15-36.
NOVAIS, E. R.C.; BORUCHOVITCH, E. “A motivação de alunos no contexto da progressão continuada” in: Psicologia: Teoria e Pesquisa, jan-abr 2004, vol. 20, nº 1, p. 77-85.
PILETTI, N. Sociologia da educação: edição reformulada e atualizada 18ª. Ed. São Paulo: Ática, 1999.
SEGNINI, L. R. P. “Educação e trabalho: uma relação tão necessária quanto insuficiente” in: São Paulo em Perspectiva, 14 (2), 2000, p. 72-81.
SEVERINO, A. J. “Educação, trabalho e cidadania: a educação brasileira e o desafio da formação humana no atual cenário histórico” in: São Paulo em Perspectiva, 14 (2), 2000, p. 65-71.
SOUZA, J. A visibilidade da raça e a invisibilidade da classe: contra as evidências do conhecimento imediato. In: SOUZA, J. (org.) A invisibilidadeda desigualdade brasileira. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2006.
VALLE, I. R. “A obra do sociólogo Pierre Bourdieu: uma irradiação incontestável” in: Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 33, nº 1, p. 117-134, jan/abr 2007.
VEIGA, L.; BARBOSA, M. L. de O. “Os impactos e os limites das políticas educacionais” in: Teoria & Sociedade, UFMG, nº. 2, dez. 1997, p. 39-74.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Artigo tirado do sitio da Apase

APASE - Associação de Pais e Mães Separados
www.apase.org.br


Revista Crescer, edição de março de 2003

PAI PRA TODA OBRA

Como tantos outros homens, o empresário João Tiago Carrera separou-se da mulher. Só que lutou para ficar mais do que os fins de semana com os filhos. E hoje, cuida dos quatro com a maior habilidade. É um pai sozinho, mas feliz.


“Esses são meus filhos (João aponta para uma foto que serve de papel de parede do computador, em sua loja). Lindos, não? O caçula, Leonardo, é uma simpatia. A Juliana, essa beleza de menina, é muito persistente. Consegue tudo o que quer. Já o Fernando é mais na dele, certinho e honesto. O grandão é o Fábio, filho do primeiro casamento da Luciana, minha ex-mulher. Quando nos casamos, ele tinha 3 anos. Eu o considero meu filho tanto quando os outros. Sou um pai sozinho” Sozinho porque me separei da mãe deles. E também porque fico sozinho com eles duas semanas por mês. O destino quis que as coisas ocorressem dessa maneira. Fui dando um jeitinho aqui, outro ali e, hoje, a nossa rotina está perfeita. Sou um homem completo. Não sei o que seria de mim sem as crianças.
Sempre quis ser pai. No primeiro casamento, não tive filhos. O segundo já veio com um no “pacote” e, logo, nasceram os outros. Aos poucos, as visitas do pai biológico do Fábio, que se casou novamente e teve outro filho, diminuíram. E a nossa aproximação foi aumentando. Depois de 11 anos de casamento, resolvemos nos separar. O divórcio foi amigável, mas fui eu que sai de casa, por isso, tive medo. Não queria que meus filhos pensassem que iria abandoná-los. Acho que o maior receio era de que surgisse outro “pai” no meu lugar, assim como ocorreu com o Fábio. Como eu e a Luciana éramos sócios, a empresa também foi desmembrada.
De repente, aos 44 anos, me senti velho, sozinho, com dificuldades profissionais e sem meus filhos. Acordava no meio da noite e estranhava o silêncio. Casa com criança é sempre barulhenta, até de noite Tem aquele que ronca, o que levanta para ir ao banheiro e o que pede para dormir na cama da gente. Entrei em depressão. Voltei a morar no nosso primeiro apartamento e meus filhos passavam os fins de semana comigo. Logo no primeiro ano de separação, para minha sorte, a casa da mãe teve de ser reformada. Então, as crianças vieram ficar comigo por dois meses. Eles me trouxeram de volta à vida. Arrumei uma empregada para me ajudar e fui me ajeitando nessa vida de pai sozinho. O Leonardo tinha só três anos. Ele me esperava todas as noites para jantar, fazia questão que o pai lhe desse de comer na boca.
Após a reforma, eles voltaram para a casa da mãe. Mas eu tinha um bom argumento para convencê-la a deixar meus filhos passarem mais tempo comigo: soube cuidar deles sozinho. Desde então, há quatro anos, eles se alternam em duas casas. Passam uma semana comigo e outra com a mãe. Aos poucos adaptei meu apartamento. Eles têm uniforme, roupas, jogos e brinquedos nas duas casas. A única coisa que levam e trazem é a mochila. Não é tão difícil porque moramos no mesmo bairro. Na semana que estão comigo, sou pai em tempo integral. Jantamos juntos, olho a agenda escolar dos menores, cobro a lição e vemos TV. A casa vive cheia de crianças, Tem videogame e roda de violão. Já cheguei a pedir dez pizzas para a garotada. Não me importo com a bagunça. Minha mãe não deixava eu receber amigos em casa. Não quero que seja assim com eles.
A maior emoção da minha vida foi ver a Juilana pela primeira vez. Foi no hospital, quando eles a trouxeram naquele carrinho de vidro. Pensei que fosse morrer. Tenho muitas lembranças dos quatro. Não há uma passagem na vida deles que eu não tenha participado. A primeira menstruação da Juliana, por exemplo, ocorreu quando ela estava comigo, em nossa casa de campo. Corri para a vizinha e pedi um absorvente emprestado. Quando o Fábio levou um fora de uma namorada, veio desabafar comigo. Não era a “minha” semana. Fiquei comovido com a consideração.
Já acordei de madrugada com o caçula ardendo de febre e corri para o médico às pressas, sozinho. Acho importante participar, já fazia isso antes da separação. Talvez, se ainda estivesse casado, desse menor valor a tudo isso. Quem sabe até delegasse mais tarefas à minha ex-mulher. Mas, no meu caso, conquistei o direito de conviver com meus filhos. Até hoje nunca apresentei uma namorada aos meus filhos. Eles até cobram. Mas já casei duas vezes. Agora vou esperar o coração apitar. Aí, sim, meus filhos vão conhecê-la.
A Mãe deles sabe que sou um pai competente. Somos maduros para entender que uma criança precisa de pai e de mãe, nenhum substitui o outro. Só divergimos em relação às paqueras da Juliana. Sou muito ciumento. Tivemos poucos problemas com as finanças, pois ela é independente. Não pago pensão alimentícia, mas dividimos os gastos fixos das crianças: escola, plano de saúde, transporte escolar, ortodontista., etc. Dizem que sou um bom pai – e eu concordo. No clube, no camping e até no bar da esquina, sou conhecido por ser um pai sozinho. Não somos uma família perfeita, há brigas como nas outras. Mas meus filhos me amam e me respeitam. Sou pai e amigo. Não queria virar mais um daqueles pais separados que encontro nos shoppings aos domingos, passeando com as crianças como fantoches, porque não conhecem os próprios filhos. Eu, que fui abandonado pelo meu pai quando tinha 1 ano, sempre soube a falta que isso faz na vida de alguém”.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Folha on-line - Ex-marido pede guarda comparilhada

23/10/2003 - 07h49
Ex-maridos reivindicam guarda compartilhada ANA PAULA DE OLIVEIRAda Folha de S.PauloOs efeitos da liberação feminina, iniciada no século passado, parecem não ter fim. O homem, de quem a mulher moderna tem solicitado a participação mais ativa na educação e na vida dos filhos, quando se separa da mulher, não quer saber de assumir o antigo papel do pai de fim de semana --ou "pai periférico", como se autodenominam os militantes de um movimento de pais que exige a participação igualitária na educação dos filhos. A pressão deles já resultou em três projetos de lei que tramitam no Congresso para incluir no Código Civil o conceito batizado de guarda compartilhada. Esses pais integram associações como Movimento Guarda Compartilhada Já!, Apase (Associação de Pais e Mães Separados), Associação Pais para Sempre, Pai Legal e Participais (Associação pela Participação de Pais e Mães Separados na Vida de Seus Filhos). "O que temos em comum é a busca pela igualdade parental. Somos vistos como pais mal resolvidos e tachados de loucos por querermos conviver constantemente com nossos filhos", explica Rodrigo Dias, presidente da Pais para Sempre. "Infelizmente, muitas mulheres ainda acham que o filho é delas e confundem guarda com posse, chegando a pedir proibição total de visitas para ter um poder de barganha diante do tribunal", desabafa Alfredo Oton de Lima, presidente da Participais. Para Dias, a guarda compartilhada é a melhor solução para banir o estereótipo do pai frio e distante. "Se, de um lado, a mãe se afastou, de outro, o pai se aproximou. Quando começou a cair o machismo, a figura do pai que só sustenta foi desfeita", diz. O dia-a-dia compartilhado Cabe a ambos a responsabilidade sobre as atividades diárias do filho, que passa a ter duas casas. O tempo de estada em cada uma é definido pelo ex-casal. "Pode ser semana sim, semana não; 15 dias com um, o restante com o outro; três dias da semana com o pai, quatro com a mãe. Não existe nada previamente estipulado", diz Waldyr Grisard Filho, advogado de família e autor do livro "Guarda Compartilhada: um Novo Modelo de Responsabilidade Social" (ed. Revista dos Tribunais).De pai ausente na época em que era casado, hoje o ex-marido da procuradora Deirdre de Aquino Neiva divide com ela a criação da filha Dara, 4. Para facilitar a convivência, eles até são vizinhos no mesmo condomínio.Logo após a separação, Neiva procurou ajuda na Participais, onde conheceu o analista de sistemas Kleber Schwartz Cruz, que segue o regime compartilhado da filha e com quem ela acabou se casando. "Também resolvi aderir ao compartilhado. Revezamos as festas de fim de ano, o Carnaval e os feriados." A logística, garante ela, não é complicada porque a relação com os respectivos ex-companheiros é boa.O advogado Robinson Neves Filho, 40, mora com os dois filhos a metade da semana e ainda os vê todos os dias. "Quando não estão comigo, passo na escola e os levo até a casa da mãe, que faz o mesmo."A guarda compartilhada é adotada fora do Brasil há mais de 30 anos por países como Suécia, França, Inglaterra e Japão. Nos Estados Unidos, cabe a cada Estado optar ou não pelo regime. No Canadá, a guarda única só é concedida se comprovado que o ex-companheiro não tem condição de sustentar a criança. Ainda assim, há resistência de progenitores, que se organizam em ONGs como uma das pioneiras, a Children's Rights Council (EUA)."Estamos vivendo um momento delicado, uma transição do mundo moderno para o pós-moderno, em que as pessoas estão tentando romper os preconceitos", diz a psicóloga e colunista do Equilíbrio Rosely Sayão. "Para a sociedade, uma mãe que não tem a guarda do filho não é considerada boa mulher, daí a resistência em dar a guarda ao pai. Por outro lado, existe o estereótipo de que o homem não sabe cuidar tão bem do filho como a mãe", diz ela.Os números do IBGE confirmam mudanças de comportamento do brasileiro. Em 1996, 338 casais separados criavam os filhos em conjunto. Em 2001, esse número foi cinco vezes maior, pulou para 1.757 casais.Segundo Carlos Roberto Bonato, presidente nacional da Apase, o Código Civil não prevê o conceito da guarda compartilhada, mas diz que o poder familiar deve ser exercido por ambos os genitores. "Ou seja, não tem o nome, mas tem a descrição."O administrador de empresas J.D.C. divide com as duas ex-mulheres a educação dos dois filhos. Ele estreou a prática há 18 anos. "Não tem cabimento ver meus filhos apenas nos dias em que o juiz estipula. E se meu filho quiser sair comigo fora da data marcada? O que vou dizer a ele? "Hoje não é meu dia de visita'?"A noção diferenciada que a criança tem do tempo pode provocar danos à sua relação com o pai, que é obrigado a vê-la apenas periodicamente. "Para o adulto, uma semana passa rapidamente, já para a criança é como se fosse um mês. Se a visita for esporádica, o filho pode elaborar um sentimento de perda e abandono. Logo vai perder o interesse pelo genitor afastado por não ter mais intimidade", diz o psicólogo de família Evandro Luiz Silva, da Apase.No Reino Unido, segundo a Divisão de Família, 40% dos pais que não moram com os filhos perdem totalmente o contato com suas crianças após dois anos de separação. Essa conduta leva o nome de ciclo de afastamento e costuma ocorrer quando os cônjuges vivem em conflito. "Aquele que tem a guarda arma situações constrangedoras na frente da criança. Para poupar o filho, o pai ou a mãe passa a evitar as visitas. É cíclico", diz Leila Torraca, psicóloga jurídica e professora da UERJ.O que aparentemente pode ser visto como um complicador para a vida da criança, ter mais de uma casa e referências diversas, só faz bem, segundo especialistas. "A criança tem condição de usufruir de dois espaços, duas regras, dois mundos ao mesmo tempo, pois ela é adaptável", diz Regina Célia Gorodscy, professora de psicologia da PUC. "Não existe ponto negativo desde que o ritmo seja mantido e exista afinidade entre os pais. Isso só enriquece a criança, pois, em vez de enfocar a perda, ela observa o ganho, isso é uma estratégia de vida", diz a psicóloga especializada em crianças Angelina França. Mas ela pondera que crianças com menos de três anos não deveriam participar do regime compartilhado, pois ainda são muito ligadas à figura materna e incapazes de estruturar seus sentimentos em relação à novidade e de expô-los aos pais."

terça-feira, 13 de maio de 2008

Pensadores do período Moderno

Pensadores do período Moderno

Nicolau Maquiavel (1469-1527) – Em O príncipe, pregou a criação de um Estado unificado forte e centralizado, liberto da tutela da Igreja. Esses princípios correspondiam à grande aspiração da burguesia no século XVI.
Erasmo de Rotterdam (1466-1536) – foi o grande vulto do renascimento literário e filosófico dos Países Baixos. É considerado o “príncipe dos Humanistas”. Procurou conciliar o racionalismo renascentista com o cristianismo. Propunha que a Igreja Católica se auto-reformasse, superando os vícios que apresentava naquele século, realizou críticas devastadoras ao comportamento do clero de sua época. Sua obra mais representativa é Elogio da loucura.
Thomas More ou Morus (1478-1535) – humanista; sua obra mais conhecida é Utopia, palavra grega que significa “em nenhum lugar”, na qual descreve uma sociedade ideal. Para escreve-la, inspirou-se no relato de Américo Vespúcio sobre a América.
Nicolau Copérnico (1473-1543) – derrubou a teoria geocêntrica (a Terra como centro do Universo), substituindo pelo heliocentrismo, afirmando que os planetas giram em torno do Sol.
Johannes Kepler (1571-1630) – demonstrou a órbita elíptica das estrelas, e não circular, como pensava Copérnico.
Galileu Galiliei (1564-1642) – considerado o fundador da física moderna, inventou as leis do movimento dos corpos. Com um telescópio por ele mesmo construído, observou o céu e chegou a conclusões semelhantes as de Copérmico.
Jean Bodin (1530-1596) – desenvolveu a doutrina da soberania do Estado: “o poder supremo sobre os cidadãos e súditos, sem restrições determinada pela lei.” A autoridade do rei era concedida por Deus, cabendo aos súditos tão-somente a obediência passiva.
Thomas Hobbes (1588-1679) – em seu livro Leviatã afirmava que, no estado de natureza, imperava originalmente “a guerra de todos contra todos”; que, para pôr fim a essa situação de violência e anarquia, os homens firmaram um pacto (o “contrato social”) renunciando à liberdade em troca da segurança oferecida pelo Estado, cuja soberania sobre os súditos tornou-se absoluta. O rei era a expressão do Estado e o detentor da soberania. Sua autoridade tinha origem não em uma escolha divina e sim nos poderes absolutos que o povo lhe conferiu.
Francis Bacon (1561-1626) – filósofo inglês, desenvolveu o método experimental, no qual enfatizava a importância da observação e da experimentação para o desenvolvimento do conhecimento. Seus estudos se aplicavam às ciências naturais, e os princípios defendidos por ele foram reunidos no livro Novum organum, sua principal obra.
René Descartes (1596-1650) – é considerado o fundador da filosofia moderna. Em seu livro Discurso sobre o método (1637) lançou os fundamentos do moderno racionalismo. A razão seria o único caminho para o conhecimento, excluindo todo conhecimento baseado na autoridade e na tradição (método dedutivo [matemático])
John Locke (1632-1704) – filósofo inglês, é considerado o pai do liberalismo político. Propunha, em substituição ao absolutismo, uma relação “contratual” entre governantes e governados, sendo que as bases desse relacionamento deveriam ser estabelecidas por um conjunto de leis escritas, a constituição. Todo homem, afirmava, possui alguns direitos naturais: liberdade, propriedade privada e resistência contra governos tirânicos. A maior contribuição de Locke para a revolução intelectual foi a sua teoria do conhecimento em que rejeitou a doutrina das idéias inatas, defendida por Descartes. Teoria da tabula rasa.
Denis Diderot e Jean D’Alembert - os principais diretores e incentivadores da Enciclopédia, o mais importante veículo de difusão das idéias iluministas na França, e pretendia, em uma obra gigantesca, reunir todos os conhecimentos filosóficos e científicos da época. Como seus companheiros, eram racionalistas, defendiam o liberalismo político, mostravam-se teístas (acreditavam na existência de Deus), mas difundiam um violento anticlericalismo. Atribui-se a Diderot a frase: “Os homens só serão livres quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre.” D’Alembert, ao contrário de seus colegas, considerava que as novas doutrinas deveriam ser divulgadas entre o povo mais humilde.
Montesquieu (1689-1755) – nobre de origem. Sua principal obra é O espírito das leis. Nela se desenvolvia a teoria da separação dos poderes em executivo, legislativo e judiciário; onde cada um dos poderes deveria agir de forma a limitar a força dos outros dois, estabelecendo-se um relacionamento equilibrado e harmônico.
J. J. Rousseau (1712-1778) – é, em certo sentido, difícil de ser enquadrado entre os filósofos iluministas. Naturalista, criticava aqueles que elevavam a razão à categoria de uma verdadeira deusa. Representou o pensamento das camadas populares da época. Exigia uma República e afirmava que a fonte do poder era o próprio povo. Em seu livro Da origem da desigualdade entre os homens apontava que a origem da desigualdade estava diretamente ligada a origem da propriedade privada e da sociedade civil. A principal obra de Rousseau foi O contrato social, onde advogava que a sociedade e o Estado nascem segundo convênio entre as diversas pessoas, em benefício de seus interesses comuns. O poder, ou soberania, é o próprio povo. Rousseau assumia, desta forma, o papel de crítico da ordem burguesa, antes mesmo que ela se estruturasse definitivamente na França.

terça-feira, 4 de março de 2008

Roma e a educação

Civilização arcaica de Roma → uma cultura fortemente tradicionalista, intercâmbio de mercadorias agrícolas, constituição de latifúndios, um estilo de vida frugal, uma religiosidade ligada à terra, às estações do ano, à produção agrícola.
Educação na Roma arcaica → caráter prático, familiar e civil, destinado a formar em particular o civis romanus e consciência do direito como fundamento da própria “romanidade”.
Mulher romana → mater famílias; reconhecida como sujeito educativo.
Roma, após a conquista da Grécia (a última cidade conquistada foi Alexandria, com o Egito, em 30 a. C.), aproxima-se cada vez mais dos grandes modelos da pedagogia helenista, racionalizando-se, libertando-se do vínculo com o “costume” romano arcaico e republicano Paidéia → formação humana pela cultura, que reproduz uma expansão e uma sofisticação, bem como uma universalização das características próprias do homem.
sujeito humano ≠ cidadão
A pedagogia romana não é original, tomando amplamente temas e aspectos da cultura greco-helenística, mas introduz, uma forte consciência prática, uma perspectiva explicitamente formativa e individual que as tornam novas em substância – em relação ao universalismo mais típico da cultura helenística em geral – e até próximo, por alguns aspectos, da sensibilidade e dos problemas modernos.
A cultura helenística ultrapassou os modelos mais estreitos da Roma arcaica e produziu figuras de humanitas cosmopolitas e universais, por um lado, e mais individuais, por outro, fazendo retroceder o éthos como horizonte educativo, pelo menos para as classes cultas e dirigentes, e introduzindo uma nova idéia de formação.

A educação na Grécia

Grécia → construiu, por intercâmbio comerciais e culturais, uma profunda unidade espiritual, que deu vida a uma “civilização comum”.
“Programa educativo” dos gregos da aristocracia:
Aspecto físico-esportivo (educação heróica) → os adolescentes aristocráticos são treinados a combater através de competições e jogos.
Aspecto cortês-oratório-musical → exercício com a lira, dança e canto.
Práticas religiosas → a leitura dos signos, os ritos do sacrifício, o culto dos deuses e dos heróis.

Afirmação da pólis → uma cidade-Estado com forte unidade espiritual (religiosa e mitopoiética) que organiza um território, mas que sobretudo é aberto para o exterior (comércio, emigração, colonização) e administrado por regime ora monárquico, ora oligárquico, ora democrático, ora tirânico, mas no qual o poder é regulado por meio da ação de assembléias e de cargos eletivos.
Pólis → um Estado que se autogoverna.
Pólis → uma comunidade de vida espiritual que se estabelece pelas leis e os rituais.
Função educativa dos jogos agonísticos e da atividade teatral (festividades religiosas e momentos eminentemente comunitário) no âmbito da pólis.
Pólis = uma “comunidade pedagógica”.

O òikos (espaço familiar) é o domínio das mulheres: o que acontece nele está sob o seu controle, mas nele é a lei masculina que reina e que sanciona por último a atividade.

Esparta → modelo de Estado totalitário
X
Atenas → modelo de Estado democrático

sofistas → representantes exemplar do período do “iluminismo grego” (século V-IV a. C.)
└→ mestres de retórica e de sophia (de sapiência técnica, ligada a técnica do discurso), que ensinavam mediante pagamento, dedicando-se aos grupos sociais emergentes e iniciando-os na thechne da oratória, por meio de discursos exemplares e argumentações erísticas (que punham em dificuldade o adversário).

Paidéia:
A formação de uma “humanidade superior” nutrida de cultura e de civilização, que atribui ao homem sobretudo uma identidade cultural e histórica.
Passagem da educação para a pedagogia, de uma dimensão pragmática da educação, para uma dimensão teórica, que se delineia segundo as características universais e necessárias da filosofia.
Nasce a pedagogia como saber autônomo, sistemático, rigoroso.
Nasce o pensamento da educação como episteme, e não mais como éthos e como práxis apenas.

Sócrates (470-399 a. C.) (71 anos) → seu método educativo consiste em favorecer o diálogo, que abre para a dialética, e a sua radicalização, em solicitar um aprofundamento cada vez maior dos conceitos para chegar a uma formulação mais universal e mais crítica; desse modo se realiza o “trazer para fora” da personalidade de cada indivíduo que tem como objetivo o “conhece-te a ti mesmo” e a sua realização segundo o principio da liberdade e da universalidade.
Platão (427-347 a. C.) (80 anos) → fixa dois tipos de paidéia, uma – mais socrática -, ligada à formação da alma individual, outra – mais política -, ligada aos papeis social individual, distintos quanto às qualidades intrínsecas da sua natureza que os destinam a uma ou outra classe social ou política.
Isócrates (436-338 a. C.) 998 anos) → de inspiração retórico-oratória e gramático-literário; fixa-se a organização do discurso em quatro partes (proêmio, narração, demonstração, parolação). Sua paidéia tem o centro na palavra, colocando o sujeito em posição de autonomia, mas sempre como interlocutor da cidade, na qual e pela qual se desenvolve uma subjetividade mais rica de humanidade.
Aristóteles (384-322 a. C.) (62 anos) → a pedagogia é reconfirmada, seguindo Platão, como disciplina formadora da alma e como ação civil, ligada à cidade.