terça-feira, 4 de março de 2008

A educação na Grécia

Grécia → construiu, por intercâmbio comerciais e culturais, uma profunda unidade espiritual, que deu vida a uma “civilização comum”.
“Programa educativo” dos gregos da aristocracia:
Aspecto físico-esportivo (educação heróica) → os adolescentes aristocráticos são treinados a combater através de competições e jogos.
Aspecto cortês-oratório-musical → exercício com a lira, dança e canto.
Práticas religiosas → a leitura dos signos, os ritos do sacrifício, o culto dos deuses e dos heróis.

Afirmação da pólis → uma cidade-Estado com forte unidade espiritual (religiosa e mitopoiética) que organiza um território, mas que sobretudo é aberto para o exterior (comércio, emigração, colonização) e administrado por regime ora monárquico, ora oligárquico, ora democrático, ora tirânico, mas no qual o poder é regulado por meio da ação de assembléias e de cargos eletivos.
Pólis → um Estado que se autogoverna.
Pólis → uma comunidade de vida espiritual que se estabelece pelas leis e os rituais.
Função educativa dos jogos agonísticos e da atividade teatral (festividades religiosas e momentos eminentemente comunitário) no âmbito da pólis.
Pólis = uma “comunidade pedagógica”.

O òikos (espaço familiar) é o domínio das mulheres: o que acontece nele está sob o seu controle, mas nele é a lei masculina que reina e que sanciona por último a atividade.

Esparta → modelo de Estado totalitário
X
Atenas → modelo de Estado democrático

sofistas → representantes exemplar do período do “iluminismo grego” (século V-IV a. C.)
└→ mestres de retórica e de sophia (de sapiência técnica, ligada a técnica do discurso), que ensinavam mediante pagamento, dedicando-se aos grupos sociais emergentes e iniciando-os na thechne da oratória, por meio de discursos exemplares e argumentações erísticas (que punham em dificuldade o adversário).

Paidéia:
A formação de uma “humanidade superior” nutrida de cultura e de civilização, que atribui ao homem sobretudo uma identidade cultural e histórica.
Passagem da educação para a pedagogia, de uma dimensão pragmática da educação, para uma dimensão teórica, que se delineia segundo as características universais e necessárias da filosofia.
Nasce a pedagogia como saber autônomo, sistemático, rigoroso.
Nasce o pensamento da educação como episteme, e não mais como éthos e como práxis apenas.

Sócrates (470-399 a. C.) (71 anos) → seu método educativo consiste em favorecer o diálogo, que abre para a dialética, e a sua radicalização, em solicitar um aprofundamento cada vez maior dos conceitos para chegar a uma formulação mais universal e mais crítica; desse modo se realiza o “trazer para fora” da personalidade de cada indivíduo que tem como objetivo o “conhece-te a ti mesmo” e a sua realização segundo o principio da liberdade e da universalidade.
Platão (427-347 a. C.) (80 anos) → fixa dois tipos de paidéia, uma – mais socrática -, ligada à formação da alma individual, outra – mais política -, ligada aos papeis social individual, distintos quanto às qualidades intrínsecas da sua natureza que os destinam a uma ou outra classe social ou política.
Isócrates (436-338 a. C.) 998 anos) → de inspiração retórico-oratória e gramático-literário; fixa-se a organização do discurso em quatro partes (proêmio, narração, demonstração, parolação). Sua paidéia tem o centro na palavra, colocando o sujeito em posição de autonomia, mas sempre como interlocutor da cidade, na qual e pela qual se desenvolve uma subjetividade mais rica de humanidade.
Aristóteles (384-322 a. C.) (62 anos) → a pedagogia é reconfirmada, seguindo Platão, como disciplina formadora da alma e como ação civil, ligada à cidade.

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